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O Poder da Coletividade nos Condomínios

Síndicos de Coragem - Letícia Duarte

Síndica Gestora Profissional, Instrutora de cursos de Administração de Condomínios no SECOVI e IMEP com sede em Balneário Camboriú/SC. Co-fundadora da Duarte Treinamentos; Idealizadora do "Entre Síndicos" que proporciona encontros para compartilhamento e aprendizado de vivências condominiais. Graduada em Gestão de Recursos Humanos; formada em Técnico em Administração pelo SENAI/Sete Lagoas, MBA a concluir em Controladoria e Auditoria pela UNA. Primeiro lugar no Trilhando Competências UNIFEMM, liderando a equipe Empowerment. Especialização em Liderança, Oratória, Relações Humanas e Desenvolvimento Emocional pela Nobre Treinamentos.


14/05/2020

O Poder da Coletividade nos Condomínios

O Poder da Coletividade nos Condomínios

Todos falamos que os condomínios são uma coletividade. Mas, será que sabemos de fato o que é coletividade ? E mais, será que compreendemos o poder da coletividade dentro dos condomínios?

 

De modo claro e simples, o novo dicionário da língua portuguesa (Aurélio), define que condomínio é “domínio exercido juntamente com outrem” e coletividade é “conjunto de seres que, por possuírem interesses comuns, constituem um corpo.”

 

Ou seja, a coletividade de um condomínio pode ocorrer apenas pelo fato de que todas as pessoas daquele edifício escolheram morar naquele local pela localização, comodidade oferecida pelos apartamentos e/ou qualidade de vida proporcionada pelas áreas comuns. Ocorre que ao participar de uma coletividade, cada indivíduo também traz consigo seus demais interesses, crenças, hábitos e preferências, o que na maioria da vezes interfere negativamente na convivência e que nos faz desistir de investir ou valorizar a coletividade.

 

Entretanto, para quebrar todos os paradigmas da coletividade no tocante a condomínios, seguem alguns benefícios de como a exploração da vida em grupo faz bem e contribui para melhores resultados

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O senso coletivo impacta diretamente na autorresponsabilidade, que atualmente é um dos maiores problemas da vida condominial. Muitos condôminos não se sentem responsáveis ou parte do processo de gestão do condomínio e por este motivo, não seguem regras, não participam de assembleias e não contribuem para melhorias contínuas.

 

Com o aumento do senso de responsabilidade, consequentemente há uma melhora no convívio, pois, ao se sentir parte daquele grupo, cada indivíduo tende a se responsabilizar pelos seus atos e evitar que tais atos sejam prejudiciais aos outros. Afinal, ele espera o mesmo dos demais indivíduos, que são parte dessa comunidade.

 

A coletividade tende a elevar o nível de criatividade. E, agora, vai mais uma quebra de paradigma: criatividade não é criar coisas totalmente novas e mirabolantes, criatividade é desenvolver soluções. E a vida em grupo gera excelentes resultados nesse processo.

 

O pré conceito de evitar levar temas para serem discutidos amplamente em assembleias, porque gera tumulto ou até mesmo confrontos, pode ser um dos principais erros da gestão.

 

No livro, “A Sabedoria das multidões” , o autor James Surowecki , defende a ideia de que não é o grupo que sempre dará a resposta certa, mas, que na média, o grupo regularmente oferecerá uma resposta melhor que a de qualquer indivíduo. Ou seja, ouvir o coletivo, pode direcionar a tomadas de decisões mais assertivas. Importante destacar que as deliberações do grupo são mais bem-sucedidas quando há propósitos claros e quando os líderes assumem um papel ativo e democrático de assegurar que todos tenham uma oportunidade de falar.

 

No caso das assembleias, o síndico pode utilizar os diversos meios de comunicação para repassar com clareza e transparência o objetivo proposto antes das assembleias e com organização e assertividade, como líder, ele poderá orquestrar a tomada de decisão da melhor maneira.

 

Esse processo de tomadas de decisões em grupo, pode e deve ocorrer além das assembleias, como por exemplo, a criação de comissões para determinados objetivos de investimentos e melhorias. Esse envolvimento gera uma gestão colaborativa, que por sua vez gera maior engajamento nas assembleias e até mesmo relacionamentos além do elevador.

 

Um exemplo dessa prática é a metodologia Kaizen, muito implantada em grandes empresas, que permite envolver as pessoas, baixar os custos e melhorar a produtividade. Com as devidas adaptações essa mesma metodologia pode ser usada nos condomínios e gerar bons resultados.

 

Não quero aqui criar uma utopia de que facilmente teremos o engajamento das pessoas, pois, como descrito a alguns parágrafos acima, cada indivíduo possui suas crenças, hábitos e preferências que simplesmente o impedem ou não geram nenhum instinto de participação. No entanto, como líderes, podemos sim investir na busca por uma coletividade mais ativa.

 

Por fim, é para não não perder tempo e se desgastar diariamente, que os síndicos precisam se atentar a conhecer o grupo que lideram, e ter um cadastro dos condôminos e moradores, contendo informações como profissão, estado civil, número de filhos, expectativa em relação ao condomínio e sugestões de melhorias, isso facilitará identificar hábitos, trocar informações, criar estratégias para valorizar o coletivo e compreender a melhor forma de reconhecer e atender as expectativas de cada um.


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