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09/01/2019

Somos todos vizinhos

Somos todos vizinhos

Psicólogos orientam sobre como os síndicos podem manter a boa convivência e amenizar os desentendimentos entre moradores

 

O dia 23 de dezembro faz uma homenagem à figura social existente desde os primórdios da humanidade – o vizinho. A organização social, formada por grupos interdependentes, faz dessa relação um assunto mais antigo do que se imagina. Atritos entre vizinhos nos condomínios são comuns, isso porque são reunidos interesses, gostos e comportamentos totalmente diferentes dentro de um mesmo espaço físico. São típicas ocorrências: o barulho da furadeira, o cachorro que late, o vizinho que deixa de pagar o condomínio, o fumante ou aquele denominado antissocial. Tal realidade acaba afastando as pessoas umas das outras e, com o tempo, são deixados de lado, hábitos de cumprimentos sociais mais básicos, como: bom dia, boa tarde, como vai?

 

O Jornal dos Condomínios aproveitou a ocasião para buscar orientações de psicólogos sobre como os síndicos podem manter a boa convivência e amenizar os desentendimentos, tornando a vida entre os vizinhos mais agradável, confira:

 

O eterno problema do barulho



Qual o condomínio que não tem pelo menos um morador que gosta de oferecer festas para os amigos regularmente? Alguns não escolhem dia, nem hora e isso pode atrapalhar a vida do morador ao lado. Na tarefa de conter o exagero dos barulhentos, a psicóloga Letícia Delpizzo defende que o diálogo é a melhor maneira de gerar a transformação de comportamento ao invés de gerar uma multa diretamente. Conversar: “Sabia que seu vizinho tem que acordar cedo no outro dia, tem crianças e esse barulho interfere na vida dele”, sugere Delpizzo. Ela observa que ao negociar as regras é diferente do que agir severamente, pois o morador se sentirá respeitado e mais facilmente buscará considerar o resultado de suas atitudes para seus vizinhos.

 

Integração entre moradores



O síndico, como líder dentro de um condomínio, pode fomentar o caminho para que ocorra mais integração entre os moradores. Estudiosos da psicologia enfatizam que a integração comunitária é ferramenta importante para reduzir os atritos entre vizinhos e podem estimular os moradores a adotar uma visão diferente na convivência, pois o bom senso passa a prevalecer. Além das rotinas burocráticas, a gestão humanizada precisa ser trabalhada para se obter uma rotina mais harmoniosa. “Quando um conhece o outro, há uma chance muito maior de agir com ele de forma compreensiva, mais tolerante e respeitosa”, diz o psicólogo Cristian Santini. Para o psicólogo Dennis dos Reis, a existência de um relacionamento permite mais racionalidade no gerenciamento das divergências, já que a extinção delas é praticamente impossível. “A paz não é a ausência de conflito, é o equacionamento das tensões, a capacidade de resolver atritos”, esclarece.

 

As normas do condomínio



Um dos assuntos mais polêmicos em condomínio é o cumprimento às normas regidas pela convenção e regimento interno. O não cumprimento pode trazer conflitos entre vizinhos e também à administração do edifício. Mas como manter o equilíbrio das relações diante deste assunto? Segundo o psicólogo Danilo Lopes um condomínio não só deve possuir um código de regras e normas, como também fazer com que sejam respeitadas e cumpridas à risca, pela figura do síndico e também pelos próprios condôminos, sob pena de desorganizar-se a ponto de gerar um mal-estar coletivo. “Para isso, o síndico, com o auxílio de seus condôminos, deve organizar regularmente, reuniões com todos os seus representantes, com o intuito de que as normas e regras do seu condomínio sejam construídas coletivamente e atualizadas com mais frequência e na medida em que surjam novas demandas e necessidades dos seus condôminos. É necessário que todos, de forma coletiva, entrem em acordo e ratifiquem essas regras, para que não surjam futuras distorções e descontentamentos. É necessário que todos estejam plenamente conscientes de suas decisões e escolhas e que cada um coloque-se no lugar do outro, pois fazendo isso é natural e esperado que o outro também o faça”, orienta o psicólogo.

 

Dicas rápidas para a boa convivência no condomínio

 

Pequenos atos do dia a dia de síndicos, condôminos e funcionários geram uma sensação de harmonia que estimula até mesmo os mais individualistas. Entre elas: cumprimentar as pessoas no elevador ou com quem cruza nos espaços comuns, ser solidário com os idosos, pessoas com deficiência, ou mesmo na hora de carregar sacolas e segurar o portão de entrada.

 

A gentileza pode ser reforçada pelo o síndico através de pequenas campanhas, com frases, recomendações, charges e mensagens breves que permitam às pessoas se darem conta do valor da gentileza. Nada como um processo educacional para mudar um comportamento. Promover a realização de atividades em grupo, como para praticar exercícios físicos, artesanato, recreação e até oficinas de culinária reforçam os laços de amizade.

 

Atenção aos detalhes do que é importante para cada um do condomínio. Por vezes, detalhes pequenos podem se transformar na causa de grandes conflitos. Ser cuidadoso no dia a dia com o que se fala, com a forma como se age e com as demandas que o outro tem para nós. Um pequeno exercício diário de atenção pode mudar de forma profunda nossa convivência e, consequentemente, nossa própria realização e bem-estar.

 

Foco na solução é uma forma de sair do conceito de certo e errado, de pensar sobre quem tem razão, e colocar o foco no que desejamos alcançar. Ter clareza que os caminhos individuais podem ser todos válidos, porém, o propósito é desenvolver uma solução sistêmica e global. Nosso cérebro funciona de acordo com nossas intenções. Se treinarmos sistematicamente em buscar soluções, nos tornaremos bons nisso.

 

Fonte: CondominioSC


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